#CADÊ MEU CHINELO?

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

GRITO ROCK ALAGOAS



# noé ae?! #

Coletivo Popfuzz promove Grito Rock 2010 em Maceió e Arapicara.
txt: Marcelo Cabral

Pela primeira vez em Alagoas, o evento terá 11 shows nas duas cidades durante as prévias de carnaval

“União é força”. Durante muitos anos esse slogan foi repetido em inúmeras reuniões de músicos e produtores da cena de música independente em Maceió, na tentativa de organizar o setor no estado. Apesar de algumas iniciativas e tentativas interessantes, a coisa ficou mais no slogan mesmo, com pouca ação prática. Houve claro, raras exceções, como a banda 70º Blight, que produziu três edições do Festival Acendedor de Lampiões, promovendo intercambio com bandas de outros estados e regiões, nos já distantes anos 90.

Lá pela metade dos anos 00, uma turma que reunia bandas e produtores iniciantes de Arapiraca e Maceió surgiu para fazer valer o slogan e partir para a prática. Inicialmente idealizado como um selo, o coletivo Popfuzz realizará em 2010 a sexta edição do Festival Maionese, que acontece todos os anos no mês de maio em Maceió, produzido na raça de forma coletiva e colaborativa pelos integrantes do grupo. Eles ocuparam espaços importantes nas duas cidades, e claro, na internet, revelando bandas como Neon Night Riders, Super Amarelo, My MIDI Valentine, entre outras.

Todo esse movimento despertou a atenção de músicos, produtores e jornalistas locais. O coletivo elegeu um delegado para as assembléias setoriais de música e também passaram a integrar o Circuito Fora do Eixo. Sobre esta parceria, com a palavra Caíque Guimarães, integrante do Popfuzz, “as conversas começaram pessoalmente durante o Festival Mundo, em João Pessoa, o perfil do Popfuzz era muito próximo ao dos outros coletivos do Circuito Fora do Eixo. As reuniões tiveram continuidade durante a Feira Música Brasil em dezembro e foram estabelecidas algumas metas, como a realização do evento Grito Rock em Arapiraca e Maceió”.

A parceria firmada já rendeu bons frutos, com a passagem por Maceió da Turnê Fora do Eixo Nordeste, em 13/12/09, que trouxe para a cidade os shows das bandas Burro Morto (PB), Porcas Borboletas (MG) e Macaco Bong (MT).



05/06 Grito Rock Maceió – Jaraguá Folia

Dentro das prévias carnavalescas do Jaraguá Folia, o Grito Rock Maceió 2010 apresentará uma diversidade de sons no palco montado na Praça Macílio Dias, no bairro histórico da capital alagoana. Na programação, diretamente de Arapiraca, a banda Gato Negro e o experimentalismo eletro-acústico-minimalista da dupla My MIDI Valentine. Do Rio Grande do Norte vem o rockão pesado e bem feito do Pumping Engines, além da surf music do Sex on The Beach, de Campina Grande, e os acreanos do Caldo de Piaba. As bandas locais Dad Fucked and the Mad Skunk e Coisa Linda Sound System completam a programação.

06/02 Grito Rock Arapiraca – Lago da Perucaba

O evento abre espaço para as bandas da cena rock de Arapiraca, com os grupos Sra. Rita e Sub Produto do Rock. Da capital, se apresentarão no parque Ceci Cunha as bandas Baztian e Cross the Breeze. As atrações de outros estados que tocam no Grito Rock Maceió 2010 também se apresentam na edição arapiraquense.

As bandas alagoanas Baztian e My MIDI Valentine se apresentam também no Grito rock Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, no dia 04/02. E o Coisa Linda Sound System toca em 06/02 no Grito Rock Recife 2010.

O Festival Grito Rock acontece em mais de 70 cidades durante o período carnavalesco. É uma realização da Associação Brasileira de Festivais Independentes (ABRAFIN), em parceria com o Circuito Fora do Eixo, Casas Associadas e Brasil Música & Artes. O evento é o mais abrangente festival integrado da América Latina. Além de diversas cidades brasileiras, Buenos Aires e Córdoba (Argentina), Montevidéu (Uruguai) e Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) estão no roteiro.

SERVIÇO

O quê: Festival Grito Rock Alagoas

Onde e quando: No dia 05 de fevereiro em Maceió, na praça Marcílio Dias, às 17h, e no dia 06 de fevereiro em Arapiraca, no Parque Ceci Cunha, às 18h

Entrada franca

Informações: (82) 9925 9684 e no site

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

JOÃO DO MORRO E A VOZ DA FULEIRAGEM



# agência pirata #
"Uns me chamam de cronista da periferia, outros dizem que o estilo é suingueira e outros definem como ‘Fuleiragem Music’"
txt e ntrvst: Bruno Costa

A primeira faixa do disco do João do Morro, ‘Do Morro ao Asfalto’, você percebe a mistura inusitada de rock com axé, o axé-noize de ‘Ninguém segura’. Por causa dessa canção, com o cantor descrevendo a sim mesmo e dizendo que vai tirar onda e ninguém vai lhe segurar, é fácil imaginar que a próxima faixa vai seguir o estilo do axé music...

Pois não é que é verdade... Mais axé-noize. Então você começa a prestar atenção na letra da música e percebe que o cantor é um verdadeiro cronista do cotidiano das favelas. Se a próxima canção fosse um axé, o ouvinte provavelmente deixaria o disco de lado e partiria para outras aventuras musicais. Entretanto, a faixa é quase uma cumbia no melhor estilo da fuleiragem, na faixa ‘Eu não presto’. Pois é na próxima música, ‘Frentinha’, que ele mistura axé-noize com fuleiragem music.

A partir daí, João do Morro surpreende com o reggae, ‘O avião’, e ‘Cueca de copinho’ na sequência, em que ele faz uma crônica hilária sobre a indumentária masculina. Em ‘Balaiagem’, João do Morro faz uma nova exaltação ao cabelo pixaim – no melhor estilo de ‘Nega do cabelo duro – mas que desta vez retrata as famosas chapinhas tão comuns nos dias de hoje. E como se nada mais pudesse surpreender no disco do João do Morro, ele vem com um samba-rock que não faria feio na voz de qualquer grande cantor desse estilo.

Quando João faz crítica, ele é bem humorado e sempre vê o lado curioso e engraçado da situação. Tirando onda ou não, ele ainda encontra espaço para discutir a pirataria musical. João do Morro também tem uma canção incluída na coletânia da festa Criolina, ‘Globralization Grooves’, para a revista francesa ‘Brazuca’, que é editada pelo Daniel Cariello, o responsável pelo fanzine brasiliense do final dos anos 80, ‘A Verdade’.

Então vamos logo curtir uma entrevista com o João do Morro e saber o som que ele faz.



Como você define o seu som?
Meu som é sem preconceito. Bebo na fonte do samba de raiz e meu ritmo preferido é reggae. Prefiro não rotular. Uns me chamam de cronista da periferia, outros dizem que o estilo é suingueira e outros definem como ‘Fuleiragem Music’, mas ‘Do Morro ao Asfalto’ tem de tudo um pouco: rock, reggae, Rap, afoxé, samba...

Antes de ser cantor e compositor. Você fazia o quê?
Trabalhava como açougueiro em uma grande rede de supermercado e, nas horas vagas e finais de semana, eu cantava em rodas de samba. Quando meu trabalho cresceu eu pude me dedicar apenas à música.

Você que já vendeu seu CD como camelô... O que acha de downloads pela internet? Pirataria ou ascessibilidade?
Meu trabalho é independente então não é pirataria, pelo contrário. Eu mesmo disponibilizo meu CD pra download no www.myspace.com/joaodomorro e distribuo cópias para os vendedores ambulantes. O que importa é que o público conheça o trabalho do artista. A distribuição da música mudou e a carrocinha hoje funciona como uma estação de rádio ambulante, chega aos ouvidos do público. Sou grato e homenageio eles nesse disco na faixa ‘A voz das carrocinhas’.

Seus personagens existem de verdade? Ou simplesmente foram criados para caberem nos temas retratados nas suas canções...
Existe, sim. Às vezes eu mesmo testemunho as histórias, ou ouço histórias no meio da rua ou de amigos que me contam situações que acho interessantes. Com certeza você conhece alguém que já passou por alguma situação destas que eu conto e canto.

Quais os seus planos? Agora que o CD está pronto...
Depois do carnaval eu quero trabalhar o CD no Sudeste do país e pretendo gravar um DVD ao vivo ainda no primeiro semestre. Se tiver um convite pra Brasília eu vou, viu? E em relação à Criolina, a música que está na coletânia do ano passado, é a ‘3 Segundos’, remixada pelo DJ Bruno Pedrosa, daqui de Recife também. Dá uma sacada lá que você encontra a música.



2010 Do Morro ao Asfalto

1. Ninguém segura (com Zé Brown)
2. Sarará
3. Eu não presto (com Conde do Brega)
4. Frentinha
5. O avião (com Nando Mangabeira, Dó Mãozinha & Cosmo)
6. Cueca de copinho
7. Balaiagem
8. Eu-dô-lê
9. Lado B do jornalista
10. Dorô
11. Na mamata
12. A voz das carrocinhas (com Cardinot)

Baixe o álbum AQUI

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

PELA LIBERDADE E DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO

# agência pirata #
uma não-organização não-ideológica não-lucrativa, tem algo a dizer

txt: Verbeat

Quando uma pessoa vai presa por manter um blog, isso lhe incomoda?

Não há quem não conheça a palavra "liberdade". Mas, sozinha, ela quer dizer muito pouco; liberdade precisa de um objeto para o qual ser livre. Ela surge de algo que cerca, cerceia. Conquistamos nossas liberdades à medida em que conhecemos seus contrapontos; e é preciso reinventá-las todos os dias. Se cessarmos essa procura, ficamos acomodados, e assim a liberdade termina. Redescobrimos sua necessidade dia após dia - afinal, não sabemos de tudo. Se soubéssemos, talvez muita coisa fosse diferente. Saber é importante e todos deveríamos ter o direito de saber das coisas, não?

Pois temos. Isto se chama liberdade de informação - e garante que um indivíduo receba informação de outro. Isso é suficiente? Nem sempre, porque para que a informação chegue é preciso termos assegurada nossa liberdade de expressão - o direito que um indivíduo tem de manifestar-se livremente, desde que não atente à moral e integridade física de outro indivíduo. Logo, as duas andam de mãos dadas, e assoviando. Elas reafirmam que nós, pessoas "livres", temos o direito de receber e de produzir informação. É o que basta? Não. Não adianta nada eu expressar minha opinião no banheiro ou numa sala vazia; da mesma maneira que é inútil ficar com o ouvido alerta na varanda de casa e a informação não chegar. Porque há alguma coisa aí no meio: de fato, é O MEIO. A mídia; o que está entre a informação criada e a informação recebida. Entre cada um de nós. Numa conversa pelo celular, a mídia é o aparelho de telefone. Quando assistimos o telejornal da noite, a mídia é a TV - e, antes dela, a imprensa. Que está entre o que acontece de fato e o que é notícia. Assim, se a imprensa não fosse livre, nada adiantaria sermos livres para produzir e receber informações. Para nossa sorte, na maioria dos países conquistou-se também essa liberdade: a de imprensa.

Tendo o produtor, o meio e o receptor livres diante do fluxo da informação, então podemos conquistar a Liberdade de Comunicação.

Hoje, eu e você somos livres para informar e sermos informados, num fluxo que trafega por meios livres. Mas não vivemos num mundo livre. Liberdade por si só não é suficiente, porque ela não pressupõe naturalmente outro conceito importante: democracia. A mídia tradicional (rádios, TVs, jornais, portais web) está longe de ser proporcional à quantidade de informação produzida, tanto quanto ao número de indivíduos que as recebem. As pontas são infinitamente maiores que os meios existentes. Há um estrangulamento. E quando isso acontece, alguma coisa fica de fora do fluxo. É isso que a mídia tradicional faz: filtrar. Selecionar informações para distribuí-las ao maior número de pessoas possíveis - donde o termo "meios de comunicação de massa". Poucas informações produzidas são veiculadas, poucos produtores tem poder para comunicar o que querem, e poucas opções temos de receber o que de fato queremos. E se não recebemos, a informação existe? De fato, sim; na prática, não. É o sujeito que grita na sala vazia. Sujeito que talvez tenha coisas relevantes a dizer. Todos nós temos coisas a dizer, sim. Por que não teríamos?

No modelo vigente, a mídia escolhe por nós. Ela cerceia a própria liberdade que tanto precisa, em nome de uma efetividade - muitas vezes, manchada pela face comercial que a viabiliza (quando não é a própria razão de existir).

Mas eu quero falar. Quero falar o que eu quiser. E falar para quem eu quiser. Para quem quiser me ouvir e que vai poder me achar. Quero ouvir. Ouvir o que eu quiser. E ouvir de quem eu quiser. De quem quiser me falar e que vou poder encontrar. Essa é a verdadeira liberdade e democracia da comunicação. Isso, os meios de massa jamais poderão oferecer, mas a Internet sim: com o blog. Uma ferramenta pessoal, acessível, de baixo custo, sem intermediários, apoiada em uma mídia instantânea e de alcance global.

Não apenas o diário virtual, pense de novo: Blog é o suporte tecnológico de uma revolução na exposição de idéias, na distribuição de informação, na democratização da comunicação. Na internet, qualquer sujeito que quiser exercitar sua liberdade de expressão encontra um sujeito exercitando sua liberdade de informação. Isto é liberdade. Isto é democracia. Esse é o direito que deve ser assegurado.

Não há confronto com a mídia de massa. Pelo contrário; o que queremos é que se garanta o mesmo poder e a mesma liberdade que é dada à imprensa para o indivíduo. Da mesma forma que já compartilham democraticamente estas duas esferas - mídia tradicional e blogs - a própria constituição da informação e seu desencadeamento. Que a blogosfera ande junto com aquela imprensa que é responsável e idônea! A informação da grande mídia, por exemplo, tem agora um local onde pode ser debatida, contestada ou corroborada. Como disse Jeff Jarvis, do blog BuzzMachine, sobre o escândalo que derrubou o âncora Dan Rather, da rede norte-americana de notícias CBS, durante as eleições presidenciais de 2004: "Nós costumávamos pensar que as notícias haviam terminado depois de impressas, mas agora, é quando elas começam".

Porém, mais do que amplificar a imprensa, os blogs crescem ainda mais em relevância quando tornam-se um canal alternativo, onde circulam as informações que a mídia tradicional não cobre. A liberdade impulsiona para a descentralização: ganha o indivíduo. Ganhamos todos nós.

Infelizmente, nem todos entendem assim. No Oriente, por exemplo, ações extremas já foram tomadas para combater a liberdade "excessiva" que os blogs trazem consigo: no Irã, blogueiros foram presos por divulgar nomes de jornalistas cassados e presos; no Bahrein, por "difamar o rei". Também sanções são aplicadas na China, onde todo o acesso à internet é rigorosamente controlado. Países longe de nós? Nem tanto: aqui no Ocidente, onde a democracia parecia ser a suprema bandeira, o autor de um blog foi obrigado a identificar suas fontes pela justiça norte-americana, ativada por um processo da Apple. Antes disso, no Brasil, um blogueiro foi obrigado a retirar sua página do ar por decisão de uma juíza; nesse caso, uma empresa de recursos humanos foi insultada na caixa de comentários, por um terceiro. O processo ficou conhecido por levantar a discussão entre o Direito e os sistemas de publicação pessoal no Brasil.

O tema é polêmico por tratar-se de um cerceamento autoritário e que demonstra falta de conhecimento sobre os blogs. Se é claro que o indivíduo é responsável pelas opiniões que emite e os fatos que apresenta - como em todas as esferas, logicamente -, é preciso tomar cuidado para que regras e leis não tornem a atividade improdutiva, perigosa ou por demais delimitada. Em última instância, blogs são páginas pessoais e não mídia tradicional. Responsabilidades devem ser cobradas onde se aplicam, no âmbito correto, sem confusão entre a esfera pública, comercial e privada. Um blog será sempre a expressão de uma idéia pessoal, individual, e que devia ser livre, não? Embora devamos evitar uma normatização que pode esterilizar e delimitar esse espaço, a blogosfera ligada ao Direito já começa a debater a questão, e alerta para o que pode e não pode ser enquadrado como crime - liberdade, afinal, não significa bandalheira. Mas bloquear o livre acesso aos blogs, ou tentar limitar seu conteúdo, é um atentado contra todas as liberdades já conquistadas. Represar essa nova liberdade de comunicação é um passo tardio dos que procuram impor uma única via.

É preciso discutir essa nova forma de comunicação. Popularizar para atingir o maior número possível de pessoas. Disseminar a informação para que se evitem julgamentos errôneos. Também é necessário cultivar um senso de fair play entre os blogueiros; incentivar a capacidade individual dos leitores para separar o legítimo do ilegítimo e buscar mais de uma fonte para a mesma história. A própria natureza colaborativa e de interligação dos blogs pode estabelecer esse ambiente de auto-gestão de credibilidade. Se um blog mal-intencionado ou mentiroso é desmascarado, será banido pela própria comunidade; aqui, a relação é um-a-um, direta. São pessoas reais com sentimentos reais. E ninguém gosta de ser feito de trouxa.

Dan Gillmor, jornalista norte-americano, papa dos blogueiros, defensor do citizen journalism e autor do livro We the Media, julga a blogosfera como uma "câmara de eco". Para Gillmor, as idéias movem-se por ela como vírus. É impossível pará-las de todo, e o único impedimento de uma "contaminação" é o querer do sujeito, que pode passar de simples receptor passivo a produtor e crítico num piscar de olhos. O nascimento, a legitimação e o fortalecimento de uma nova via de informação depende apenas que cada cidadão coloque em prática a prerrogativa de suas liberdades conquistadas. O aparato tecnológico está disponível, e onde não estiver, deve ser levado. Cercear, normatizar e delimitar esse suporte, ou o conteúdo nele contido, é aprisionar o indivíduo no momento em que ele mostra sua força como indivíduo. Incentivar e lutar pela liberdade de comunicação é criar uma forma inédita para a produção, a compreensão e a discussão da informação. E se hoje a informação é o poder, nunca ele esteve tão próximo de cada um de nós, livre e democraticamente. Não vamos, agora, abrir mão disso.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

TRATADO DE HAMBURGO



# agência pirata #
Google cede, Murdoch vence?

txt: Alex Primo


Ontem o Google anunciou em um blog oficial que vai mudar a forma como o Google News funciona. Após uma forte pressão dos jornais online, liderada pelo titã midiático Rupert Murdoch, o Google oferecerá a essas empresas o recurso de bloquear a leitura de mais de 5 notícias em seu agregador. A partir do sexto clique o internauta precisará se cadastrar no jornal online e pagar pelo conteúdo (se essa for a política do periódico). Esse recurso visa satisfazer os jornais que acusavam o Google de roubar seu conteúdo através do agregador Google News que, apesar de não produzir nenhum material original nem manter parcerias comerciais com empresas jornalísticas, lucra com notícias produzidas por terceiros.

Vale lembrar que Murdoch ameaçava tirar o conteúdo de todos os seus jornais das páginas do Google. Além disso, estaria assinando um acordo com o mecanismo de buscas da Microsoft Bing que passaria a repartir seus lucros com publicidade com os jornais online. Parecia uma jogada de mestre: Bing conquista conteúdo jornalístico que sumiria das páginas do Google. Murdoch e Microsoft juntos em defesa dos lucros das velhas empresas jornalísticas. "Ai, que meda!!!"

A Declaração de Hamburgo, apoiada pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) e por jornais como o Estadão e O Globo, defende que a propriedade intelectual do conteúdo criado e veiculado por jornais precisa ser respeitada. Encontre abaixo um resumo da declaração estampada no site do Estadão (será que esse jornaleco vai me processar pela reprodução abaixo?):

"A internet é uma grande oportunidade para o jornalismo profissional - mas apenas se mantiver o equilíbrio econômico-financeiro das empresas jornalísticas nos novos canais de distribuição digitais. Não é o que acontece atualmente.

Vários agregadores de conteúdo utilizam obras de jornalistas, editores e empresas jornalísticas sem pagar por este uso. No longo prazo, esta prática põe em risco a criação de conteúdos de alta qualidade e o próprio jornalismo independente.

Por este motivo, precisamos melhorar a proteção da propriedade intelectual na internet. O acesso livre à web não significa necessariamente acesso livre de custos. Discordamos dos que afirmam que a liberdade de informação só será obtida com todos os conteúdos gratuitos.

O acesso universal aos nossos serviços deverá estar disponível, mas não queremos ser obrigados a ceder a nossa propriedade sem autorização prévia.

Assim sendo, consideramos necessárias e urgentes medidas para a proteção dos direitos autorais de jornalistas, editores e empresas jornalísticas na internet.

Não devem existir zonas da internet onde as leis não se aplicam. Os governos e legisladores, em nível nacional e internacional, devem proteger mais eficazmente os conteúdos intelectuais dos autores e produtores. Deve ser proibida a utilização, sem prévia autorização, da propriedade intelectual de terceiros.

Em última análise, também na rede mundial de internet deve valer o princípio: não há democracia sem jornalismo independente."

A cobrança pelo conteúdo jornalístico online veiculado nas páginas do Google, para Marcelo Träsel, será um suicídio editorial, tendo em vista que boa parte do tráfego de jornais online iniciam naquele mecanismo de busca e em seus agregadores de conteúdo. Diz ele, "Ao tentarem cobrar das ferramentas de busca por esse serviço público, as empresas estão sequestrando um patrimônio público [o acontecimento em si], impedindo que os cidadãos tenham acesso à sua história". Irônico, Träsel alfineta:

"...para eles as ferramentas de busca devem pagar para levar leitores aos jornais, porque lucram veiculando anúncios junto aos resultados de buscas. É engraçado, mas não há registro de alguma empresa de mídia propondo dividir os lucros dos anúncios em rádio, jornal e televisão com os entrevistados que fornecem matéria-prima para as notícias com o sacrifício de seu precioso tempo. Aliás, o entrevistado em geral tem de se deslocar até o estúdio por conta própria e muitas vezes não recebe nem um cafezinho."

Tiago Dória, por sua vez, lembra que não estamos querendo roubar o conteúdo editorial. Estamos doando minutos de nossa valiosa atenção. Logo, em um mercado de abundância, será que as tradicionais estratégias de monetização dos jornais impressos podem fazer sentido na internet? Quem sabe o Murdoch dá uma lida no livro Free? Espero que Chris Anderson cobre bem caro por essa cópia do livro enviada para o dono da News Corporation.

Para que a cobrança por conteúdo em jornais online funcionasse, todos, eu disse TODOS, aqueles sites precisariam se fechar. O problema é que se um ou outro mantivessem o acesso aberto e gratuito, esses jornais online "furões" ganhariam imensa vantagem competitiva. Como hoje as notícias em diferentes jornais estão cada vez mais iguais, a "técnica jornalística" padronizou os textos, por que vou pagar por um conteúdo que posso encontrar em outro lugar?

Por outro lado, a análise bem escrita, o jornalismo investigativo e colunistas que tem o que dizer tem um valor diferenciado. Confesso que não me nego a pagar por conteúdo "premium". Em um mercado de abundância, um bom articulista é um produto raro e, sabemos, caro. Quem quiser um aprofundamento, uma análise crítica bem embasada e investigada, aí sim poderia decidir se quer pagar por esse material. Enquanto isso, o jornalismo medíocre pode ficar aí ao lado batendo boca, querendo lucrar muito com suas mesmices.

Pode-se entender que esse movimento do Google representa uma pequena vitória de Murdoch e seus seguidores. Mas não creio que seja uma grande vitória para o jornalismo e para seus leitores. O mundo mudou e assim também seus mercados. Como sou um otimista, creio que esses flancos abertos abrem oportunidades para novos players (desculpem, odeio esse palavreado)... mais criativos e ousados.

Enquanto isso, o Murdoch, e seus cãezinhos do Estadão e O Globo, devem estar pensando em como cobrar de nós que compartilhamos no Twitter links para seus jornais online. Quer saber, acho que deveríamos criar um boicote: não envie gratuitamente links no Twitter e em seu blog para esses jornalecos que assinam o Tratado de Hamburgo. Cobre por cada link e o tráfego que você gera para sites jornalísticos!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

FLORESTA SONORA




# jungle men #
Casarão Cultural Floresta Sonora

txt: Léo Chermont

O Casarão Cultural Floresta Sonora é uma casa de cultura independente que atua a cinco anos na cena nacional, produzindo e agregando as mais variadas formas de arte para uma reforma social através da inclusão cultural. Idealizado e fundado por mim, o casarão fica situado na Rua 13 de maio em pleno comercio de Belém, um prédio tombado pelo governo federal que disponibiliza suas amplas instalações para o nascimento de uma reforma cultural: música, fotos, vídeos, pinturas e grafites são gerados e idealizados com o propósito de defender a floresta e o futuro do homem.

...Toda a cidade reunida, todas as cabeças em evolução, todos os momentos únicos, na velocidade do ar a floresta cresce em você, todos os seres para acalmar e inspirar, vida longa a floresta, quando o som chega aqui, tudo se equilibra, a floresta invade a cidade, a floresta transforma o mundo, a floresta cresce em você...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

TOP 10 2009




10 termos mais pesquisados na internet e que chegaram até aqui pro blog

1. Foder
2. Putas a foder
3. O dilúvio
4. Putas
5. Tecno Brega
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7. Hermano Vianna
8. Zerolandia
9. Dilúvio
10. Rafael Crespo



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1. Putas a foder
2. Tecnobrega
3. CD virgem pra foder com a EMI
4. Top 10 Maio 2009
5. Contra a obrigatoriedade do diploma de prostituto
6. Instituto e Thalma de Freitas
7. João Gato
8. Se nada mais der certo
9. Infectados pelo virus do orkut
10. Hermano Vianna


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2. direto
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4. Orkut
5. Sitebro
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8. Jornalismo B
9. Pendurado Para Secar
10. Yahoo

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

PAULÃO NA BANDA




# over12 #
Começo de ano

txt: Arlei Xuxu Beleza Arnt

O ano começa com várias tragédias provocadas pela natureza... hmm, não, em consequência de ações humanas. Muito calor e chuva por aqui, neve demais no lado norte do planeta, e o saldo é mortes, feridos, desaparecidos e desabrigados.

Enquanto isso, na capital da província, o artigo hemp anda raro e ruim, fato normal pra essa época na qual se colhe pouco devido ao inverno de pouco sol. Mas um fato contribuiu pra escassez. Paulão - o maior trafi do RS, representante local do Comando Vermelho, foragido há um ano - resolveu tomar umas geladas, soltar fumaça, esticar umas linhas e batucar um pagode num buteco da Paulinho Azurenha, em plena Vila Maria Degolada, onde tem casa e boca de drogas. Foi visto por um X9, que deu recunha.

Resultado: o entorno da vila encheu de porco à procura dele. "E a malandragem sem nada entender, os federal queriam o bagulho e sentou a mamona na rapaziada". Pow Paulão! Manera ae patrão no próximo Natal!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

ACADEMIA DA BERLINDA

TOP 10 DEZEMBRO 2009





10 termos mais pesquisados na internet e que chegaram até aqui pro blog

1. Putas a foder
2. Foder
3. Top músicas novembro 2009
4. O dilúvio
5. Se nada mais der certo download
6. Tecno Brega
7. Top 10 novembro 2009
8. Putas
9. Putas a pinar
10. Revista O DILÚVIO


10 músicas mais ouvidas em O DILÚVIO Space Radio

1. Shakira - Loba
2. Grupo La Cumbia - La Velludita
3. Richard Serraria - O Soluço de Preta Mina
4. Mombojó e China - Abre a Janela
5. Beastie Boys - Transitions
6. Roberta Sá - O Pedido
7. Che - O eterno pecado horizontal
8. Zé Cafofinho - Dikeh
9. Coisa Linda Sound System - Temp 2
10. Céu y Los Sebosos Postizos - Rosa Menina Rosa



10 páginas mais visitadas aqui neste blog


1. Putas a foder
2. Top 10 Novembro 2009
3. Recuperação
4. Eu Já Sabia
5. Tecnobrega
6. CD virgem pra foder com a EMI
7. Karina Buhr
8. Se nada mais der certo
9. Véia Maluca
10. Sobrado 112


10 países que mais acessaram este blog

1. Brasil
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5. Angola
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10. Kenya


10 cidades que mais leram este blog

1. Porto Alegre
2. São Paulo
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4. Rio de Janeiro
5. Porto
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7. Recife
8. Curitiba
9. Brasília
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10 fontes que mais acessaram este blog

1. Google
2. Sitebro
3. TwitterFeed
4. direto
5. Orkut
6. Twitter
7. Ask
8. Pendurado Para Secar
9. Arca de Noé
10. Yahoo

#ALGUNS DIREITOS RESERVADOS

Você pode:

  • Remixar — criar obras derivadas.

Sob as seguintes condições:

  • AtribuiçãoVocê deve creditar a obra da forma especificada pelo autor ou licenciante (mas não de maneira que sugira que estes concedem qualquer aval a você ou ao seu uso da obra).

  • Compartilhamento pela mesma licençaSe você alterar, transformar ou criar em cima desta obra, você poderá distribuir a obra resultante apenas sob a mesma licença, ou sob licença similar ou compatível.

Ficando claro que:

  • Renúncia — Qualquer das condições acima pode ser renunciada se você obtiver permissão do titular dos direitos autorais.
  • Domínio Público — Onde a obra ou qualquer de seus elementos estiver em domínio público sob o direito aplicável, esta condição não é, de maneira alguma, afetada pela licença.
  • Outros Direitos — Os seguintes direitos não são, de maneira alguma, afetados pela licença:
    • Limitações e exceções aos direitos autorais ou quaisquer usos livres aplicáveis;
    • Os direitos morais do autor;
    • Direitos que outras pessoas podem ter sobre a obra ou sobre a utilização da obra, tais como direitos de imagem ou privacidade.
  • Aviso — Para qualquer reutilização ou distribuição, você deve deixar claro a terceiros os termos da licença a que se encontra submetida esta obra. A melhor maneira de fazer isso é com um link para esta página.

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