#CADÊ MEU CHINELO?

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

MANU CHAO EXCLUSIVO PRO DILÚVIO

# noéntrevista #

O andarilho clandestino troca uma idéia sobre música, drogas, Chavez e tecnologia

txt: Tiago Jucá Oliveira
pht n' vdd: Melissa Orsi dos Santos


O músico franco-espanhol Manu Chao, andarilho deste vago mundo, pai de um cearense cabra da peste, esteve no Brasil há poucas semanas para divulgar o Radiolina, novo CD do artista. O DILÚVIO conseguiu uma entrevista exclusiva no Bar Ocidente, Porto Alegre, cercado por outros jornalistas, músicos, amigos e curiosos. Entre eles o fofoquista social Gasparoto, que após ouvir Manu dizer que Lula é melhor do que os anteriores, arregalou os olhos e vazou embora. (logo mais mais fotos e um vídeo exclusivo).

O que é essa anotação no seu braço?

Isto é o endereço skipe de um amigo mio que se chama Edo de Buenos Aires. (Alfredo Olveira, médico psiquiatra). Edo é um mestre pra mim. Recém cheguei de Buenos Aires, estive lá dez dias gravando. Estou fazendo um CD com a rádio La Colifata. A tradução para o português de colifata é a pequena maluca. A rádio La Colifata tem a particularidade de ser uma rádio transmitida de dentro de um hospital psiquiátrico e são os internos que fazem a rádio. Estou trabalhando com eles faz quatro ou cinco anos, fazendo muitas coisas, e agora fui lá gravar no hospital. Estou chegando de lá. Estava com Edo e os internos, que são pessoas incriveis, incriveis. Muito lúcidos. Professores de lucidez. Um projeto incrivel. Cheguei hoje de Buenos Aires e foram dez dias de uma emoção muito forte. Estou cansado de tanta emoção. Foi muito forte, muito forte. São amigos para toda la vida. Eles já estiveram aqui em Porto Alegre. Eu conheci Edo aqui em Porto Alegre. Eles sairam do hospital e fizeram uma viagem para o Forum Social Mundial em 2003. Eu estava fazendo show aqui e eles me entrevistaram.

Você acompanha o cenário politico aqui da América do Sul? O que você tem achado dessa onda nacionalista, populista que tem surgido em alguns governantes?

Cada país é diferente. Bolívia para mim é difícil falar do processo porque a última vez que estive lá foi há dois anos e Evo Morales acabava de chegar. Então não tive tempo de sentir a mudança no país. Não gosto muito dessa política atual de tentar separar a Bolívia em dois países. O país rico de um lado e os indígenas de outro. Acho que é um nacionalismo que não é nacionalismo. É uma questão de grana. A burguesia da Bolívia ainda não aceitou que um indígena é presidente do país. Então aí está um momento complicado. Acho que Evo Morales fez bem em convocar novas eleições para decidir. Se as pessoas me querem, votem de novo. Se não me querem, me botem pra fora. Vamos ver. Simpatizo de certo modo com Evo Morales. Melhor ele do que os que estavam antes, isso é certo.

Falando de Venezuela, para começar quero explicar uma coisa bem claro. Eu não sou chavista, mas o processo atual revolucionário na Venezuela considero super interessante. Toquei lá duas vezes no último ano. Tive a sorte de conhecer os bairros, as favelas de Caracas há dez ou quinze anos trabalhando lá com gente da favela. Antes do Chaves, na época do CAP, era uma situação muito dura. Agora ainda é dura, mas mudaram muitas coisas. Não é nenhum paraíso, mas o processo é rápido. E eu senti na juventude lá da favela de Caracas uma coisa que não vi em nenhum outro lugar do mundo. A rapaziada tá cheia de esperança. Estão todos falando: “Manu, vamos fazer isto, isto, isto...vamos pra frente.” E são poucos os lugares do mundo em que a favela fala assim. Depois você sai de Caracas e viaja pra fazer show em Bogotá, uma cidade que conheço bem melhor. A boa democracia lá, e toda a gente da cultura e dos bairros falando: “Manu, aqui é duro, não se pode fazer nada. Tentamos fazer as coisas, mas politicamente ninguém está ajudando. É muito difícil.” E quando você chega de Caracas é um flash.

E vou insistir, no soy chavista, soy Manu. Não estou por detrás de ninguém, mas o processo que está passando a Venezuela atualmente é muito interessante. Para qualquer pessoa que queira buscar idéias para ver como pode mudar as coisas, hoje, viajar a Venezuela e ver o que acontece nos bairros é uma viagem interessante. Tem muitas coisas de muita esperança. E também outra coisa que me interessou muito, é que tem muita confiança política na juventude. O último show em Caracas foi numa sala de espetáculos grande, opulenta, 17 mil pessoas, nunca tinha tocado lá. Chegamos lá com a Radio Buemba. E a primeira boa surpresa foi que a Radio Buemba já estava paga. Nós cobramos em cachê, mas o show era gratuito para o público, totalmente gratuito. E uma coisa que me interessou muito é que dentro da maior sala de Caracas havia uma galera, nenhum com mais de 30 anos, organizando. Juventude mesmo. Eles estavam um pouco nervosos, vinham pra mim e falavam: “Manu, desculpa qualquer coisa. Nós organizamos shows, mas no bairro, coisas muito pequenas e hoje temos a responsabilidade de organizar isto. Então desculpa qualquer problema, não somos profissionais.” E fizemos o show, tivemos que fazer dois porque teve muito público. Eles organizaram normalmente. Os caras organizaram tudo como os melhores profissionais. E qual é o lugar do mundo que você conhece em que na maior sala da cidade o show é organizado por meninos do bairro? Você conhece outro lugar do mundo? Eu não. Sempre está o promotor, claro, que controla os shows da cidade. Isso é mundial. E lá não foi assim. São coisas que eu vi.

Você falou também da Argentina, e lá é outra coisa. A Argentina está saindo de um choque muito duro que aconteceu em 2001. A crise lá foi muito dura. E é uma crise que aconteceu lá, mas que pode acontecer amanhã aqui, ou em qualquer lugar da América du Sul e até mesmo na França. O que aconteceu na Argentina não é só um problema argentino, é um problema que pode acontecer em qualquer país do mundo hoje. Até mesmo na Europa.


E sobre o Brasil, o que chega aos seus ouvidos?

Bom, eu tenho passado todo o ano por aqui. Tenho minha família aqui. Então estou um pouco mais antenado das coisas. Politicamente é complicado. É um caminho pouco a pouco. Vem sempre esta pergunta, o que você pensa do Lula? A única coisa que penso do Lula é que, pase lo que pase, é melhor do que os caras que estavam antes. Isso é o que penso do Lula.

Você sabia que o governo Lula foi o que mais fechou radios comunitárias?

Fechou? Incrível. Isso não é bom.

Eu, assim como milhares de pessoas no planeta, baixamos o teu CD novo na internet, isso te incomoda?

Não. Não me incomoda porque é natural. Faz quatro ou cinco anos que a indústria discográfica fala que a pirataria é um problema. Eu, pessoalmente, não vejo muita diferença de hoje pra quando eu era adolescente. Toda a minha discografia de adolescente era pirata. Era diferente porque era cassete. Agora, a diferença é que na internet pra baixar um CD são cinco minutos. Na época, precisava pra gravação o tempo de escutar todo o disco. E, então, não muito bem o que mudou. O que falam as gravadoras, que o problema é a pirataria, me parece uma hipocrisia imensa. Porque o verdadeiro problema não está aí. Eles falam disso pra não falar da outra coisa. Quem está vendendo a toda a juventude mundial máquinas para piratear os músicos? A grande indústria. A Sony não está mais interessada em vender Cds, está interessada em vender as máquinas para piratear os músicos. E tão fazendo muita grana. Mais do que nunca. Eles falam que tem uma crise, mas é hipocrisia total. As grandes companhias que estão incitando a juventude a piratear os músicos. Eles dão a arma, dão o Ipod, e vendem isso. Não tem crise na indústria, tem uma certa mudança. Eles estão preferindo vender máquinas do que artistas. Uma máquina não tem manager, não pede contrato, não exige essas coisas. Uma máquina cala a boca e se vendeu já foi. E com essas máquinas a juventude pode piratear o que ela quiser. O verdadeiro problema não está aí. Pirataria não é um problema novo.

Tem um filme fazendo muito sucesso no Brasil chamado Tropa de Elite. Você já assistiu?

Tropa de Elite? Não, não vi esse filme.

Há um certo discurso entre os personagens de que nós usuários somos quem financia essa guerra civil.

O problema do tráfico é outra coisa. Eu sempre falei, faz tempo que falo e que milito para a liberação de todas as drogas. Não pra me drograr. É porque eu considero que o pior inimigo da democracia é máfia. A ditadura deste século 21 não vai ser militar, vai ser mafiosa. No mundo inteiro, o perigo da ditadura é o da ditadura mafiosa. Máfia é ditadura, não tem jeito. É assim. Se você deixa com essa gente todo o dinheiro do tráfico da droga, está gerando a ditadura. A próxima, a que vai ter que suportar o meu filho, o teu filho. A que vai chegar. Então, penso que é muito importante politicamente para a democracia legalizar as drogas, para tirar essa grana de gente muito perigosa. Máfia é facismo. Por isso milito pela liberação. E, também, porque a ilegalidade das drogas não funciona. Você está encontrando drogas pesadas diante de cada escola do mundo. Então a proibição não funciona. E o problema é que essa proibição está dando muita grana a pessoas muito perigosas para a democracia. Tem países que já são marcos totalmente. É o caso do México. É óbvio, que até a presidência tem uma conexão muito forte. Na Argentina também há uma conexão entre política e máfia que não é bom para a democracia. Então, penso que temos que tirar todo esse dinheiro das mãos da máfia.

E como foi o processo de gravação do seu último CD?

Como os outros, esperar que chegue a inspiração. E você nunca sabe quando vai ter uma idéia. Então, o processo pessoal é de estar pronto. Se a idéia vem ás cinco da manhã e você está na cama, se não tem caneta, tem que levantar. Se fica de bobeira, amanhã já esqueceu. Se está no bar contente com outras pessoas e surge uma idéia, tem que anotar no momento. Se esperar para depois, já foi. Normalmente é uma relação com o momento. Meu trabalho é estar na expectativa, chega a qualquer momento. Viajando é bom, evidentemente, e nestes três últimos anos tive a sorte de viajar muito. Agora é um pouco diferente de antes porque na época do Clandestino se gravou viajando muito também, mas não era uma estrutura de banda. Era viajando de mochila, um pouco no Rio, um pouco aqui, um pouco alí. Nestes três, quatro últimos anos a maioria das minhas viagens foram com a banda. Então é outra realidade, tem mais instrumentos em mão, os caras tão alí, todos os amplificadores no ônibus, tem mais material. Com Clandestino era qualquer violão que aparecia por aí, qualquer instrumento e ia gravando. Se está com a banda tem mais material. Acho que no CD dá pra ouvir que tem mais guitarras pesadas, que não têm no Clandestino, que não têm no Proxima Estacion: Esperanza. Porque estes instrumentos não estavam lá. É tudo caseiro. O Radiolina, Clandestino e Proxima Estacion foram gravados caseiros, mas o mix elaborado em estúdio. Neste último já não, o mix foi feito caseiro também. Com Mario Caldato, no estúdio da casa dele. A única coisa agora que foi feita num estúdio pago foi o masterização.

Cara, tu chega a passar por algum problema de conseguir gravar, circular e divulgar?

Tenho a sorte ter a experiência do Manu Negra, muita gente ouvia o que faziamos. Depois, chegou o Clandestino que abriu ainda mais. Então, não tenho esse problema mais. Eu tinha há um tempo atrás. Na época em que não havia estúdios caseiros e precisava pagar muita grana pra um estúdio. Agora tudo mudou. Acho muito positivo. Qualquer banda fazendo alguns shows pode comprar uma pequena máquina, e o preço que iam pagar pra gravar um disco em um estúdio, eles podem comprar o material e gravar três, quatro discos. Mudou tudo. A produção é mais fácil agora do que a 15 ou 20 anos. Naquela época, você dependia de um estúdio. E estava sempre trabalhando contra o relógio. Em casa você não trabalha contra o relógio, pode esperar a inspiração. Pra mim é bom.

Que importância tu vê na imprensa alternativa como divulgadora da cultura?

Acho que é muito importante. Porque a imprensa, rádio e tv mainstream tem muito monopólio no mundo inteiro. Tem muito business pelo meio. Então, todas essas rádios alternativas, jornal alternativo, pouco a pouco vai chegar a televisão alternativa. Aí está a importância da internet, que dá mais opções para as pessoas contrastarem informações. De formarem a sua própria opinião sobre as coisas. Não é só a opinião única que chega a cada dia pela televisão. Você com fanzine, com rádio alternativa que tem muito por ai rolando. Não sei no Brasil, mas na Argentina agora tem muita rádio alternativa. Acho que sempre é importante que a gente possa ter a nossa própria opinião das coisas.

Qual o seu time aqui no Brasil?

Não vou falar. Isso é uma coisa pessoal. Por respeito aos outros times. No me gusta falar. Tenho os meus times, mas não tem porque ser divulgado. Por uma razão básica, gosto das torcidas e não gosto dos presidentes dos times. Mesmo dos presidentes dos times que eu gosto. Então, não quero fazer publicidade para eles.

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

EXCLUSIVO! RODRIGO LACERDA, O HOMEM DO VÍRUS

# noéntrevista #

Um bate papo exclusivo com o cara que causou a maior pane na história do orkut

per Arlei 'xuxu-beleza' Arnt



Onde você mora, sua idade e o que você faz?

Tenho 20 anos e atualmente só estudo. Cursando Mecânica de Precisão na FATEC-SP

E desde quando você manja e entende de informática?

Desde 2003 eu comecei a me interessar mais por programação, mas em 2005 comecei a ficar mais ligado no assunto.

Você disse no seu blog que tinha a mente perversa. O que você fazia de perverso?

Ano passado, quando descobri outro bug no orkut que permitia também mandar códigos por scraps eu tive a idéia de criar um script que se ploriferasse da mesma forma que esse, mas ele no lugar de apenas se espalhar, também roubaria informações dos usuários. Em novembro do mesmo ano eu cheguei a criar um script que transferia automáticamente todas as comunidades de um perfil inocente para o "hacker".

Mas você tinha intenções maldosas de usar essas informações?

Não, na verdade a maldade se limitava apenas ao orkut mesmo.

Me lembro dos scraps com código, posso dizer que me diverti aquele dia. É possível dizer que vc ensinou esse recurso ao orkut?

Não, o orkut apenas ficou um pouco mais maduro, estava ficando muito atrás de sites como MySpace. Era divertido porque as pessoas não conseguiam ver o risco que isso trazia, o que eu fiz esta semana eu poderia ter feito no ano passado se soubesse como fazê-lo.

Como tem sido esses 2 últimos dias de fama? Muitas perguntas, ofensas, ameaças, elogios?

De tudo o que você falou, um pouco. Mas fiquei impressionado como isso repercutiu por ai, e tenho recebido mais elogios do que ofensas. Talvez seja porque as pessoas percebem que eu poderia realmente perejudicá-las, e simpatizaram por não ter feito isso.

Meu caso. Você tem medo de sofrer algum processo? Há alguma assessoria jurídica pra te orientar?


Não vejo motivos para ser processado. Pelo pouco que conheço sobre os crimes de informática, nada foi instalado no computador das pessoas, então elas não foram lesadas por isso. Mas não sei, quem sabe alguém tente algo. Já vi alguém falando que encaminharia o caso ao MPF.

Apesar do nome 'vírus', não era um vírus. É nesse argumento que você se salva né?

Isso. Um amigo, Vinícius K-Max, que também ficou conhecido por um feito em janeiro de 2005 diz que o nome vírus assustou as pessoas, e que seria mais correto chamá-lo de "worm". Apesar de saber disso, preferi chamar de vírus para as pessoas entenderem melhor como ele se espalha. Se você se infectou você pode infectar outra pessoa. Já o nome worm poucos entenderiam.

Ainda é possível outras pessoas fazerem algo parecido? que risco corremos? seu alerta é importante até que ponto?

A falha foi corrigida, mas outras podem aparecer. Falei em uma comunidade que participo que nas próximas falhas vão aparecer muitas pessoas tentando fazer o mesmo. Eu acredito que conseguirão, e outras pessoas usarão para o mal sim. Ficou evidente que é possível criar um efeito dominó no orkut, e acredito que eles não irão resolver isso. Mas a minha parte eu fiz, provei que é possível.

Qual a sensação que você sente depois de tudo isso?


É difícil dizer, mas é uma realização pessoal. Como já falei, tive a idéia há mais de 1 ano, mas na época não tinha conhecimentos o suficiente.

Pretende aprontar mais? O que?

Eu já parei para pensar nisso. Percebi que quando o final do ano se aproxima eu sempre apronto uma coisa realmente. Não sei o que vou fazer na próxima, mas certamente se eu fizer, vai ser algo que ninguém fez.

Cara, parabenz pela repercussao que vc causou, te desejo boa sorte. Um abraço, pruma pessoa libertária como eu, são essas atitudes que nos enchem de motivação pra sabotar com poesia. Até a próxima!

Ah, você pode colocar na entrevista que eu mandei um beijo para a minha namorada? Prometi a ela que deixaria um

Logic.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

INFECTADOS PELO VÍRUS DO ORKUT

ELEVADOR LACERDA


Esta madrugada foi em claro. O perfil da revista no Orkut recebeu 3 recados seguidos: "2008 vem aí... Que ele comece mto bem pra vc...". E, em tom cinza bem fraco, logo abaixo, "RL Wed Dec 19 2007 01:08:15 GMT-0200".

Quando fomos responder ao mandatário do terceiro recado, pra saber porque ele também tava enviando o mesmo recado, essa função ficou bloqueada pelo Orkut. Pois bem, ficou nisso, fui votar numa enquete, não dava, fui postar um comentário, não dava, fui colocar um vídeo novo (da Amy Winehouse), também não dava. Diabo é isso? A conta será deletada novamente? Meu PC tá infectado com essa bosta de vírus? Porra! Sempre aparecia uma mensagem: "Você está temporariamente impedido de executar esta ação. Tente novamente mais tarde." Fui atrás dos serviços e ajudas e blogs do orkut saber o que se passava. Aos poucos fui descobrindo que foi uma madrugada histórica na vida do Orkut.

Rodrigo Lacerda é hacker de primeira linha. Foi ele que recentemente divulgou o jeito de espiar recados bloqueados. Mas enfim, o que ele fez hoje? Acontece que ao você ler este recado no seu scrapbook, ele roda um flash escondido, que roda um código javascript, que faz você participar de uma comunidade e mandar o mesmo recado para todos da sua lista de amigos. A comunidade 'Infectado pelo vírus do orkut, em pouco mais de um dia de criação, tem mais de 600 mil membros. Inacreditável! Ainda mais que a extrema maioria entrou sem vontade própria!

Segundo Lacerda, "Fui encontrado por conta da assinatura RodLac, que eu fiz questão de colocar. Esqueci que uso esse nick fora do orkut também". É no momento o cara mais amado e odiado do orkut. Sim, amado, pois a maioria vem o classificando de hacker do bem. Rodrigo explica porque não há nenhum mal: "Primeiro de tudo, não tem nenhum vírus instalado no seu computador, Tudo isso é feito por JavaScript, uma linguagem que é interpretada apenas pelo seu navegador, independente do seu sistema operacional. Isso explica porque ele é "cross-plataform". Então, para reforçar, nada é instalado no seu computador. O nome vírus foi dado pela forma como ele se plorifelarava, e não por ser um vírus propriamente dito. Sobre as pessoas que disseram não conseguir mais enviar, responder e apagar scraps ou fazer qualquer ação no orkut, a explicação é o que o pessoal lá costuma chamar de filtro. Se você executa várias dessas ações em um intervalo de tempo muito curto, você é identificado como um spammer, e ai o orkut te deixa por um tempo sem poder fazer nada disso. Mas é só esperar que volta ao normal."

No seu manifesto "Como baguncei o seu orkut em um dia", Rodrigo conta que "Era 8 de agosto do ano passado quando descobri uma forma de inserir tags HTML no orkut, a informação vazou dia 13 e isso foi o suficiente para fazer milhares de pessoas sair enviando fotos para seus amigos e achando isso muito legal. Bom, na época eu tinha uma mente perversa. Eu pensava em construir algo que se espalhasse pelo orkut e eu conseguisse roubar o maior número possível de perfis, mas eu não entendia nada de javascript. Hoje eu tenho um nível razoável com a linguagem, e vi que era novamente possível colocar a idéia em prática, mas não para roubar nem prejudicar ninguém, e sim para ver que proporção isso poderia tomar se fosse usado para o mal. Resolvi então criar a comunidade Infectados pelo Vírus do Orkut e fazer as pessoas entrarem nela e espalhar o código por ai".

O vírus funciona assim: "você lê o scrap com o código; ele injeta um código javascript no seu navegador; o código faz você entrar na comunidade; coleta a sua lista de amigos; envia o recado com o código para eles". Resumindo, não era preciso clicar em nada, bastava você ler o recado, e já tava na comuna dele e ao mesmo tempo repassando o recado pra todos seus amigos. E claro, impedido de fazer qualquer coisa no orkut, a não ser observar, principalmente a tal comunidade, que crescia a cada segundo. Rodrigo mostrou, através desse 'vírus do bem', como o orkut está desprotegido de ameaças 'do mal'.

Alguns conselhos para quem quer evitar o tal vírus ou outros parecidos, para quem usa Internet Explorer:

1. Clique na aba "Ferramentas" do seu Internet Explorer. Se a sua versão é a 7, ela só aparece se você apertar o botão "Alt".
2. Em seguida, abra "Opções da Internet" e clique na aba "Segurança".
3. Surgirá um ícone intitulado "sites restritos". Clique nele e em seguida em "sites".
4. Digite na caixa "files.myopera.com" sem as aspas, e clique em "Adicionar".
5. Pronto. Você já pode navegar no orkut sem espalhar esse vírus.

Para quem usa Firefox, utilize o aplicativo 'flashblock'.

#ALGUNS DIREITOS RESERVADOS

Você pode:

  • Remixar — criar obras derivadas.

Sob as seguintes condições:

  • AtribuiçãoVocê deve creditar a obra da forma especificada pelo autor ou licenciante (mas não de maneira que sugira que estes concedem qualquer aval a você ou ao seu uso da obra).

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